9 de abril de 2010

A OUTRA FACE...

Numa época em que "mulher separada" era um termo pejorativo, depois de anos de um casamento infeliz, ela resolveu separar-se do marido.
Difícil recomeço.
Achou que reaproximar-se de velhas amigas valeria a pena, para não se sentir tão excluída. Das poucas que não a olhavam como possíveis rivais.
Engraçado, parecia que ela era uma cobra pronta a dar o bote em cima do marido de qualquer uma delas...
Uma amiga em particular agiu diferentemente e a recebeu de braços abertos.
Convidava-a sempre para passar um fim de semana com ela e o marido.
Foi reconfortante para sua auto-estima.
Aceitou.
Dizem que as mulheres possuem um sexto-sentido. Se foi isto ou se foi saber-se rotulada de uma forma que não merecia, mas que a cultura da sociedade adotava, percebeu que o marido da amiga a olhava de maneira diferente.
Perguntava-se, porém, se nã estava vendo "chifre em cabeça de cavalo".
Não era possível. Certamente, estava enganada.
Ele a conhecia há mais de 20 anos, quando ambas eram adolescentes. Sabia os motivos pelos quais ela havia rompido o casamento. Que passavam longe de infidelidade conjugal.
A amiga, porém, a tratava com o carinho de sempre. Será que não percebia nada?
Então, era a sua imaginação que estava lhe pregando peças.
Mas...
Infelizmente, um dia, longe da esposa, aquele marido, que ela considerava quase como um irmão, verbalizou seu interesse em que fizessem um programinha...
Foi um choque, uma desilusão muito grande, ver confirmarem-se as suas suspeitas.
E agora, o que fazer? Contar para a amiga?
Ela vivia muito bem com o marido, era capaz até de duvidar.
Por outro lado, no que lhe adiantaria estragar aquele casamento?
O melhor seria afastar-se do casal, aos poucos, sob algum pretexto.
Foi o que fez. Mas a dor, a mágoa ficou em seu coração.

Um comentário:

Renata Bomfim disse...

Olá Thelma, estou gostando de ver, a cada dia você nos brinda com um texto melhor
parabens
REnata Bomfim