30 de abril de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO "RASCUNHOS DO ABSURDO", DE JORGE EIAS NETO

O Governo do Estado do Espírito Santo por meio da Secretaria de Estado da Cultura e da Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo, Flor&Cultura Editores e o autor, Jorge Elias Neto convidam para o lançamento do livro "RASCUNHOS DO ABSURDO", dia 07/05 próximo, no horário das 19:00 às 22:00 horas, na Biblioteca Pública Estadual do Espírito Santo, Avenida João Batista Parra, 165, Praia do Suá, Vitória/ES. Maiores informações telefones 3137-9349 e 3137-9351. Parabéns ao Jorge Elias Neto!

29 de abril de 2010

ATUALIZAÇÃO DE DADOS DOS POETAS

Oi, amigos poetas/poetisas, solicito a todos que estejam cadastrados no site http://www.poetas.capixabas.nom.br/  que revisem suas páginas e me enviem as atualizações que se fizerem necessárias, novos cursos, novos livros, participações em sites, etc. Tudo que julgarem importante incluirem, ME MANDEM! Farei as atualizações com o maior prazer. OBRIGADA, por agora. Um abração.

28 de abril de 2010

Lançamento do livro de poemas "MINA", da poetisa Renata Bomfim

Renata Bomfim lançará seu livro de poesias "MINA", dia 19/05/2010, às 19:00 hs. no Café do Canto, localizado na Rua Joaquim Lírio, 595, na Praia do Canto, Vitória - Espírito Santo. Renata é uma poetisa de grande sensibilidade que faz lindos versos. Com certeza será um livro muito bom de se ler! Prestigiem a autora capixaba!

15 de abril de 2010

A MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES E PEIXES

Mateus, em seu Evangelho, conta que por duas vezes Jesus fez o milagre de multiplicar pães e peixes.
...E sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se Dele, dizendo: O lugar é deserto e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si.
Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer.
Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.
E Ele disse: Trazei-mos aqui.
E tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes e erguendo os olhos aos céus, os abençoou e, partindo os pães deu-os aos discípulos e os discípulos à multidão..
E todos comeram e ainda sobrou alimento que deu para encherem vários cestos.
Ao ler este Evangelho, lembrei-me de uma interpretação que li, há muitos anos sobre alguns dos relatos dos milagres de Jesus.
Sem desmerece-los, absolutamente. Apenas dando uma outra interpretação, que aos meus olhos bem provável de ter sido assim.
Ora, Jesus é o Filho de Deus.
Curou leprosos, devolveu a visão a cegos, levantou paralíticos, ressuscitou mortos... Para Ele, multiplicar pães e peixes não era nada difícil.
Os judeus não se davam bem com os idumeus. Nem com os samaritanos. Nem com os filisteus... Como lemos na Biblia, não havia uma integração harmônica entre eles. E dentre a multidão que seguia Jesus, ávida de ouvir as suas palavras, havia cidadãos de todos estes lugares.
Existem pessoas que ao aventurarem-se numa caminhada sem saber quanto tempo ela vai durar, se previnem. Levam um lanche para a eventualidade de sentir fome e poder alimentarem-se.
Outras, saem sem a menor preocupação. Só vão lembrar do alimento na hora em que a fome apertar. Isso deve ter acontecido com aquela multidão que seguia Jesus.
Muitos deles devem ter levado seu lanche. Outros, não.
Não é possível que quando Jesus abençoou os cinco pães e os dois peixes que eram o lanche Dele e de seus discípulos, os que haviam levado alimento, talvez até um cântaro com vinho ou água, sentiram-se tocados pelo gesto do Mestre?
E seguiram o Seu exemplo, dividindo o seu lanche com os que lhe estavam próximos.
E num efeito dominó, todos os "precavidos" fizeram o mesmo.
Ao tocar o coração das pessoas, permitindo que a generosidade, a solidariedade para com o seu próximo atingisse toda aquela multidão, Jesus fez um milagre maior, no meu entendimento, do que simplesmente multiplicar pães e peixes.
Mudou o coração daquela multidão que o seguia. Os fez pessoas melhores, dispostas a partilharem o seu alimento com o seu vizinho.
Impossível esta versão? Não terá sido um milagre bem maior?
Acho que sim.

RAÍZES...

De acordo com o dicionário, "raiz é o exo de uma planta vascular, que serve para fixá-la à terra, além de abssorver e conduzir  água e extraindo dela os nutrientes que a faz crescer, florir e dar frutos."
Outra definição de raiz é "vínculo emocional, frequentemente estabelecdo com lugar ou cultura em que se nasceu ou viveu."
É desta raiz que quero falar aqui.
Nasci em Florianópolis, Santa Catarina. Quando minha família se transferiu para Vitória eu tinha apenas dois anos de idade. Acreditei sempre que as minhas raízes estavam fixadas no solo espírito-santense, que eu amo de todo o meu coração.
Os símbolos, os monumentos, tudo aquilo de que a minha mãe e meus tios sempre falaram com saudade e emoção da terra catarinense, pertenciam apenas a eles.
A ponte Hercílio Luz, cartão postal de Floripa, o Mercado Municipal, a Igreja do Senhor dos Passos, a praia de Canavieiras, o Estreito, faziam parte da história deles, não da minha.
Como lá ficaram tios, primos, primas, sempre fui, nas minhas férias, visitá-los. Nunca realmente perdi o contato com aquele Estado, mas para mim, emocionalmente, era a terra dos meus antepassados.
Ledo engano...
Quando, recentemente, uma enorme tragédia se abateu sobre Santa Catarina uma dor enorme encheu o meu peito assistindo ao sofrimento daquela gente, que sei o quanto é valente, trabalhadora, lutadora, honrada, que não se abate nunca.
Surpreendentemente (ah, como a gente se conhece pouco!) descobri que também  possuo raízes profundas que me prendem àquele solo.
Preocupei-me não apenas com os meus entes queridos que lá residem mas com todos os catarinenses, sem distinção.  Rezei, rezei muito por aqueles que perderam tudo, bens adquiridos com sacrifício ao longo de toda uma vida de trabalho, ficando apenas com a roupa do corpo.
Chorei com os que choraram a perda de seus pais, irmãos, filhos... Dor tamanha, difícil de ser enfrentada.
A solidariedade que partiu de todos os cantos do Brasil me comoveu. Como o povo brasileiro é bom!
Tenho fé que os catarinenses não se deixarão abater e ressurgirão dos escombros, na superação de tudo que passou. Não vai ser rápido, mas o Estado vai se recuperar e voltará a ser aquele paraíso que todos que o visitam voltam dizendo maravilhas.
A revista da empresa aérea Gol, que minha filha trouxe de sua última viagem a São Paulo, é toda dedicada a "Santa Catarina, um Estado de felicidade...fala nos encantos do sul, na serra catarinense, no vale do contestado, no caminho dos príncipes, no caminho dos cânions, na costa verde e mar, no vale europeu, na grande Florianópolis, no grande oeste catarinense, etc."
Reportagem maravilhosa, que vou guardar com todo o carinho.
E daqui do Espírito Santo, terra querida que me adotou digo aos meus irmãos de lá: "Força, minha gente!"

Vitória/ES, 2008.

12 de abril de 2010

MEU NETO

"Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos como sabe-lo:?", diz Vinícius de Moraes, em seu Poema Enjoadinho.
Mas, no final, acaba confessando; "porém que coisa, coisa louca, que coisa linda, que os filhos são1"
Os filhos são, realmente, uma dádiva de Deus.
Mas como eles não trazem de "fábrica" o manual de instrução no orientando como criá-los, rapidamente nos conscientizamos da enorme responsabilidade que temos para torná-los pessoas de bem, solidárias, generosas, de caráter, acima de tudo.
E esta não é uma tarefa fácil, de jeito nenhum.
Na época em que os filhos nos chegam, estamos acumulando inúmeras funções: de mãe, de esposa, funcionária, por vezes estudante e anjo da guarda para que eles não se percam no difícil caminho da vida, neste mundo de tanta atribulação como é hoje.
Mas, com a graça de Deus, meus dois filhos são minha alegria e meu orgulho.
Agora, quando nos chegam os netos...
Já estamos disponíveis para apenas amá-los. A tarefa de educá-los cabe aos pais. Que nos acusam, aliás, de só "estragá-los, já que não sabemos dizer não a eles.
Se os filhos são uma dádiva de Deus, o que dizer dos netos que eles, os filhos, nos dão?
Assim foi a chegada do meu neto em minha vida.
Já no primeiro encontro ele me olhou como se estivesse reconhecendo uma antiga amiga. Dali em diante, o amor só cresceu e se enraizou.
Ser avó é a coisa mais maravilhosa que me aconteceu.
Quanta alegria os netos nos trazem! Como estes pequenos seres enchem o nosso coração de um amor sem limites.
Dormir ao seu lado, escutar sua voz sussurrando: "segura minha mão, vovó?"
Sentar no chão, brincar com seus bonecos, de He Man, Shira, e sei lá eu mais quantos os bonequinhos tinham...
Ir à praia, fazer castelos de areia... abrir túneis e vê-lo colocar a mãozinha para sair do outro lado e rir, rir muito, com tamanha proeza...
As lembranças vão vindo, como "flashes" em minha memória afetiva.
Com dois aninhos, ainda não dominando bem as palavras, pulando em cima de minha cama, viu uma reprodução do quadro pintado por Rubens  de "Jesus entre os dois ladrões".
"Quem é, vovó?"
"Papai do Céu"
"Onde ele está?"
"Na cruz"
"Quem botou o Papai do Céu na cúz?"
E a explicação fantasiosa que eu achei na hora, dizendo que Jesus disse "Eu tenho a força!", que nem o He-man, que eu achei que ele entenderia. E entendeu. E não perguntou mais nada.
Ele, no meio de outras crianças, ainda na Escolinha Raio de Sol, reconhendo minha voz num teatrinho improvizado (comemoração do Dia das Mães) contanto a história do Chapeuzinho Vermelho... E dizendo bem alto: "essa é a minha avó!"
Pedindo que eu contasse histórias e no final, "de novo, vovó!", três, quatro vezes. E se eu, traída pela memória e pelo cansaço mudasse alguma palavrinha que tivesse dito na primeira vez, na hora ele corrigia: "não é assim, não vovó1"
Seus olhos arregalados, ouvindo a história da mulher desgrenhada, com uma faca na mão... passando manteiga no pão! e ele aliviado, rindo, rindo muito!
O dia em que um ruido no céu chamou sua atenção (estávamos na praia) e ele me perguntou: "o que é aquilo vovó?" E eu lerda, disse: "uma asa delta, meu querido!"[
E ele: "não é não sua boba. É um ultraleve"...
São tantas as lembranças... o tempo passou tão veloz...
Hoje ele é um homem. Graças a Deus, um homem de bem.
Mas quando me chama vovó, é como se virasse um menininho de novo e o meu coração se derrete.
Nem sempre tem muita paciência com meus esquecimentos, as falhas advindas da idade avançada, mas tenho certeza que me ama assim mesmo.
Fica muito aflito quando me vê doente (o que é comum, na atualidade).
Seu sorriso é como um farol iluminando o final desta minha caminhada.
Para ele, pelo ao Senhor Jesus, todas as noites, tudo de bom que a vida possa proporcionar.
E agradeço a suprema alegria de ter me dado a chance de ser avó dele!

LOURAÇA PARA O TRÂNSITO NA PRAIA DO CANTO!!!

Ela vinha dirigindo seu carrinho, diga-se de passagem, não muito novo, dando carona a duas colegas, quando um barulho na parte traseira do citado veículo assustou as passageiras...
O que foi, o que não foi, chegou-se a conclusão que deveria ser o cano de descarga  (andava já não muito "católico"...). Com certeza, havia se soltado.
Naquele trecho da avenida, um monte de laranjinhas faziam um trabalho de limpeza da rua e dos canteiros...ningué se ofereceu para ajudar.
A motorista saiu do carro para verificar o que realmente havia acontecido.
Foi um Deus nos acuda!
Quase provoca um engarrafamento total. Foi um tal de carro parando, motoristas "mis" querendo ajudar... Mas a figura daquela linda loura, esbelta, com um carro enguiçado no meio da rua, foi um prato cheio para os "gentlemans" de plantão!
O que chegou mais rápido, coitado, queimou a mão no cano de descarga...
Sujou sua linda roupa, branquinha, de graxa.
Mas que soltou o cano, lá isto soltou.
E feliz da vida em ter socorrido aquela linda mulher!
Depois ainda dizem que já não se fazem homens gentis como antigamente...
Desconfio, porém, de que se quem tivesse saltado para buscar socorro fosse a anciã (caronista de plantão), olha, o surgimento dos heróis não teria sido tão rápido!!!

FINAL DA NOVELA

Sexta-feira chegou ao final a novela Cama de Gato da minha xará Thelma Guedes. Lembrei muito da minha mãe. Ela adorava novelas que terminavam assim, com todo o elenco, atores, diretores, equipe técnica, etc. etc. numa grande confraternização. Mocinhos e mocinhas, vilões e vilãs, todos juntos numa grande festa! Só não ví o ator que interpretou o Roberto, vilão que foi redimido no final pelo seu amor à Glória. No final até os mortos ressuscitaram, o Alcino, a Débora... Era como a mamãe gostava. Por um pequeno detalhe: ela iria reclamar de não "ver" o nascimento do filho (a) do Gustavo e da Rose... que certamente se menino iria se chamar Marcos...Também fiquei muito impressionada com a mudança da Verônica! O que o amor materno, mesmo numa vilã, é capaz de fazer!

10 de abril de 2010

Érika Rodrigues

Ontem, assisti a apresentação da Érika, na TV Século 21, cantando a música do meu Rei, Roberto Carlos, Nossa Senhora. Acho que só mesmo ele supera a Érika cantando esta música. Ela dá um show. Passa uma emoção sem tamanho. Érika saiu do programa Jovens Talentos do Raul Gil e está cantando uma barbaridade. Parabéns!

9 de abril de 2010

A OUTRA FACE...

Numa época em que "mulher separada" era um termo pejorativo, depois de anos de um casamento infeliz, ela resolveu separar-se do marido.
Difícil recomeço.
Achou que reaproximar-se de velhas amigas valeria a pena, para não se sentir tão excluída. Das poucas que não a olhavam como possíveis rivais.
Engraçado, parecia que ela era uma cobra pronta a dar o bote em cima do marido de qualquer uma delas...
Uma amiga em particular agiu diferentemente e a recebeu de braços abertos.
Convidava-a sempre para passar um fim de semana com ela e o marido.
Foi reconfortante para sua auto-estima.
Aceitou.
Dizem que as mulheres possuem um sexto-sentido. Se foi isto ou se foi saber-se rotulada de uma forma que não merecia, mas que a cultura da sociedade adotava, percebeu que o marido da amiga a olhava de maneira diferente.
Perguntava-se, porém, se nã estava vendo "chifre em cabeça de cavalo".
Não era possível. Certamente, estava enganada.
Ele a conhecia há mais de 20 anos, quando ambas eram adolescentes. Sabia os motivos pelos quais ela havia rompido o casamento. Que passavam longe de infidelidade conjugal.
A amiga, porém, a tratava com o carinho de sempre. Será que não percebia nada?
Então, era a sua imaginação que estava lhe pregando peças.
Mas...
Infelizmente, um dia, longe da esposa, aquele marido, que ela considerava quase como um irmão, verbalizou seu interesse em que fizessem um programinha...
Foi um choque, uma desilusão muito grande, ver confirmarem-se as suas suspeitas.
E agora, o que fazer? Contar para a amiga?
Ela vivia muito bem com o marido, era capaz até de duvidar.
Por outro lado, no que lhe adiantaria estragar aquele casamento?
O melhor seria afastar-se do casal, aos poucos, sob algum pretexto.
Foi o que fez. Mas a dor, a mágoa ficou em seu coração.

7 de abril de 2010

DIA DAS MADRASTAS

Meu amigo Edson Lobo Teixeira, presidente da Academia Calçadense de Letras escreveu uma linda crônica com este título, publicada no jornal A Ordem, de São José do Calçado, dia 31/12/2009.
Diz o Edson que a Associação das Madrastas e Enteadas (AME)elegeu o primeiro domingo de setembro como o Dia das Madrastas. Eu já defendi, em outra crônica, as sogras e os chefes, sempre tão mal falados.
Agora o Edson com sua enorme sensibilidade e carinho faz a defesa das madrastas. E por experiência própria.
Nos conta o seguinte: "O ocaso da vida da minha mãe chegou cedo demais. Só Deus sabe (ou quem já perdeu a sua) a profundeza da ferida deste tipo de separação. É uma dor lancinante! O lugar da mãe em nossos corações é insubstituível. Contudo, quis o destino (ou a mão de Deus, o mesmo a alma de minha mãe) que meu pai se casasse de novo. Escolheu uma moça cuja doçura, humildade e desprendimento delineiam o seu perfil psicológico. Com tantas virtudes assim, ela poderia nos oferecer um caminhão de maçãs que não correríamos risco algum (só mesmo o de ter uma prisão de ventre!).
O conto de fadas real da nossa família tem princípio feliz, meio feliz e continua felz. Cognominei-a de (mãe)drasta num pretenso poema que lhe fiz em preito. Seu nome soa pomposo como o de uma rainha - Maria da Penha Borges de Rezende Teixeira -, no entanto é boa como uma fada madrinha. Soube cativar-nos, aos meus irmãos e a mim. Granjeou o seu espaço sem competir com a memória de nossa mãe. Tem tantas virtudes que, certamente, está garantindo a vaga, no céu, para o meu pai, meus irmãos e eu.
Esta é uma verídica história de madrasta, que faz contraponto às muitas histórias que nos contaram na infância. Neste conto da carochinha, ela é a heroína e não a vilã, pois é doce, excessivamentge doce, portadora de uma ternura imaculada! 

Dia das Madrastas é para ser comemorado com muito carinho e alegria, demonstrando o apreço àquela quenos quer bem como a um filho. Sinceramente, eu não vou homenagear a minha (mãe)drasta no primeiro domingo de setembro... É no segundo domingo de maio que gosto de externar-lhe a minha gratidão e o meu amor."
Estou ansiosa para que Deus me permita conhecê-la, d. Maria da Penha! Ter criado tão bem como seus os seus enteados, já foi um feito. Mas transformá-los em pessoas maravilhosas como o Edson, não é tarefa para qualquer mãe! Que Deus a abençoe". Um beijão da Thelma, que mesmo sem a conhecer já a ama muito.

6 de abril de 2010

RAÍZES...

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MEU DESABAFO

Li, durante estes dias tristes, tenebrosos, de dor e de luto em que todos nos encontramos, um desabafo de uma mãe que perdeu seu filho nesta tragédia do avião da TAM: ela está com vergonha de ser brasileira. E eu, como mãe e avó que sou, me solidarizo com ela e digo que também, em muitos, muitos momentos de minha longa vida, também me envergonho de minha nacionalidade.
Quando vejo a incompetência das pessoas que são colocadas para assumir responsabilidades, ocupar cargos em que a vida de centenas de pessoas estão dependendo de suas atitudes, seus cuidados, sem que tenham a menor condição para isto, indicados apenas por conchavos políticos... eu me envergonho.
Quando vejo vir à tona escândalo atrás de escândalo, sem que ninguém seja punido...me envergonho.
Quando vejo como se formam blindagem de proteção para os que são corruptos, safados, para que seus próprios erros não sejam do conhecimento da população...Lembro-me de uma frase de minha avó: gado ruim, por si só se arrebanha... A maioria, a grande maioria dos que estão hoje no legislativo, judiciário ou executivo, têm rabo preso e daí o “compromisso”de fazerem vistas grossas a tudo que acontece...e eu me sinto envergonhada.
Quando vejo a ganância inescrupulosa que na busca de maiores ganhos, nossos dirigentes, sejam eles de qualquer um dos três poderes, põem em último lugar a segurança das pessoas ... me envergonho.
Mas, quando assisto um gari de um aeroporto devolver uma carteira com dez mil e tantos dólares, quando ele e sua família sobrevivem com um pequeno salário, me volta o orgulho de ser brasileira...
Quando vejo um recolhedor de bolinhas de golfe, achar uma carteira recheada de dinheiro e devolvê-la ao dono... me orgulho de ser compatriota daquele verdadeiro cidadão, que talvez nem saiba que o é.
Quando vejo o trabalho dos bombeiros, arriscando suas vidas para tentar salvar a de seus semelhantes engolidos num incêndio de proporções gigantescas, eu me orgulho de saber que nasci no mesmo país que eles...
Quando lembro daqueles dois adolescentes que devolveram um saco contendo o resgate da esposa de um de nossos empresários, eles que moravam numa palafita e viviam de recolher lixo...me orgulho e muito de ser como eles, não apenas brasileira, mas capixaba de coração...
Quando vejo médicos, sem as menores condições de trabalho, com lágrimas nos olhos, serem obrigados a se posicionar como Deus e escolher quem vai viver ou morrer, num hospital abarrotado de doentes, largados em macas, ou até pelo chão... me orgulho de saber que são, como eu, brasileiros..
Quando vejo uma pessoa interferir para evitar um assalto a uma pessoa que lhe é completamente estranha e ficar para sempre numa cadeira de rodas, por um tiro que não lhe era destinado, porque falou nele mais alto o instinto da solidariedade humana, já tão rara nos nossos dias... eu me orgulho de ser, não apenas brasileira, mas de pertencer à raça humana...
Os exemplos são, ainda, muitos e muitos... de verdadeira cidadania, amor ao próximo, ética no desempenho de sua profissão...
A vida da gente não está sendo nada fácil.

ILHA...


ILHA...

            Aprendemos, ainda nas primeiras séries do Grupo Escolar, que “ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados”...
            Mas para mim, ilha tem um significado muito, muito maior do que didático, pois .nasci numa delas.
            Muito linda, cheia de praias, hoje é considerada uma das cidades brasileiras com ótima qualidade de vida: Florianópolis, capital de Santa Catarina. A ponte “Hercílio Luz” é um cartão postal conhecido em todo o país.
            Como o Guga, nosso premiado tenista, sou “uma manezinha da ilha”...
            Com dois anos apenas, nos transferimos para outra ilha, resultado da transferência funcional de meu avô materno.
            Esta ilha, abençoada do alto de um morro pela Virgem Mãe de Deus, é Vitória, capital do Espírito Santo..
            Nela me criei, estudei, fiz primeira comunhão, namorei, casei, tive meus dois filhos. Fiz minha vida profissional, como funcionária pública estadual. Adotei esta ilha “que é uma delícia” (como dizia Carmélia  Maria  Souza)  como minha, de todo o coração. Tenho por ela um amor muito grande. Embora não esqueça as minhas raízes.
            Mas o fato de que esta  ilha é cercada por todos os lados pelo mar, me fez ser apaixonada por ele também. E este amor “marítimo” tem uma explicação.
            Meu pai era pescador.
Quando cheguei àquela idade em que as crianças começam a perguntar  “de onde eu vim?”, meu pai costumava contar que numa noite, saiu com sua tarrafa para pegar um peixe para o jantar. Era uma noite fria e ele lançou sua tarrafa umas três vezes  sem sucesso. Na quarta.tentativa sentiu a tarrafa pesada. Ficou todo alegre, achando que finalmente o jantar da família estava garantido.
            Porém, quando puxou a tarrafa, viu que nela tinha vindo, não um peixe, mas uma menininha, toda roxinha de frio... Pegou-a e a levou para casa...
            Eu adorava saber que tinha “nascido” do mar. Quando anos mais tarde, me contaram a história de como os bebês nascem, de uma sementinha, etc. etc. tive a maior desilusão...
            A história que  meu pai contava era bem mais bonita...
            Vitória, conhecida como cidade-presépio, é realmente muito querida ao meu coração. Já dela me ausentei várias vezes. Mas como dizem os indianos, eu vou e volto... Sempre que aqui chego me sinto realmente voltando ao meu lugar. Ao meu cantinho, neste vasto mundão de meu Deus.

5 de abril de 2010

UM EXAME DE VISTA

Ela estava na sala de espera do oftalmologista do Detran, esperando sua vez de ser examinada para a renovação de sua carteira de motorista.
Nunca foi dessas mulheres que se realizam atrás de um volante. Pelo contrário, Já tinha mais de 40 anos quando literalmente “empurrada” pelo marido, entrou numa escola de motorista. Enquanto as pessoas normalmente levam 15 dias para se habilitarem ao exame, ela levou 30 dias.
Nos 12 ou 15 anos em que dirigiu nunca se sentiu à vontade. Sempre tensa, preocupada.
Ouvia piadas dos familiares, com os apelidos ora de tartaruga, ora de Fittipaldi...
Não dava bola.
O seu automóvel, um Fusquinha, era parte da família, um amigo com o qual até conversava, que nem acontecia naquele filme Se o meu Fusca falasse...
Mas voltemos à vaca fria, ou seja, ao exame que estava prestes a realizar-se.
De repente, a funcionária que preenchia a sua ficha a chamou e perguntou:
-“A senhora é doadora de órgãos? Porque, se é, essa informação precisa constar de sua carteira de motorista. Agora é lei.”
Pensou.
-“Tudo bem, pode colocar aí que sou doadora.”
Voltou pro seu lugar.
E começou a fazer uma imagem (como nas histórias em quadrinhos) do diálogo entre seu filho e o médico, após seu falecimento.
-“A sua falecida mãe era doadora de órgãos, consta aqui de sua carteira de motorista. O senhor sabia disso?”
-“Sim, senhor”,
-“Bem, então, podemos aproveitar o coração...”
-Olha doutor, o coração não vai adiantar, não...Ela sofria de hipertrofia miocárdica grave, congênita, é um milagre que tenha sobrevivido tanto...”
-Bom... E os rins? Estes vamos poder aproveitar, não? Serão dois pacientes beneficiados...”
- Hum... o senhor é que vai avaliar, doutor. Ela já teve tantos cálculos renais que, se fossem diamantes, a família estava rica...”
- “Ah... assim sendo...E os pulmões?”
-“Olha doutor, teve asma por tantos anos, a coitada...”
-“Ah, mas nos restam as córneas! Os olhos estão em perfeito estado, não?”
“Que nada, doutor, além de usar óculos com lentes tão grossas que nem fundo de garrafa, ainda operou, de catarata, recentemente, o olho direito...”
Nessa altura da “conversa”, o filho movido por uma pontinha de remorso, sentiu-se na obrigação de dizer que a mãe (por amor de Deus...) havia ido para a Grande Viagem com alguma coisa saudável. E apressou-se em dizer:
-“ Boa mesmo, doutor, era a cabeça dela... Se já existisse transplante de cérebro, isto sim, alguém poderia aproveitar bem...”
O médico, desencantado, se afasta.
E ela, pensando na cara do filho, após esse diálogo, estava às gargalhadas...
Os outros candidatos a futuros motoristas, sentados na sala, esperando sua vez, a olhavam espantados.
O médico a chamou para os testes. E, ao levantar-se e passar para a sala do exame, ouvia os sussurros, os comentários:
-“Esta biruta vai poder dirigir?! É um absurdo! Está se vendo que não bate bem da cabeça! Olha só como ri sozinha!”
Thelma Maria Azevedo
Antologia “Clepsidra”, da AFESL, 2007

VISITA A ESCOLA MUNICIPAL "EDNA MATTOS SIQUEIRA GAUDIO", NO BAIRRO JESUS DE NAZARETH

Dia 17 de março próximo passado a convite da professora de artes, Silvana Sampaio, estive nessa Escola para apresentar minha pesquisa sobre "A mulher no século I, no tempo de Jesus". Foi uma experiência muito gratificante. Ainda sob o impacto da emoção que senti, no dia seguinte enviei para minha colega da Academia Feminina Espírito-santense de Letras através de e=mail o seguinte agradecimento: "Silvana, minha querida companheira mosqueteira, você não imagina a alegria que deu a esta sua idosa amiga, ontem. A carinhosa receção das professoras, da sra. diretora da Escola, a postura respeitosa e atenciosa dos alunos, que na sua maioria acredito trabalharem durante o dia e ainda reunir forças para buscar o ensino, à noite, num sonho de crescer na vida através do conhecimento, tudo me comoveu.  Não existe nada que pague o que senti.  E tudo ainda coroado com o presente que recebi de você, um terço abençoado vindo da Igreja de Nossa Senhora Aparecida do Norte. Pelas suas mãos, que ingressou na AFESL junto comigo. A palavra é pobre para expressar minha alegria e gratidão. Por favor, transmita a todos os alunos, de comportamento exemplar, ao corpo docente, a todos enfim, meu profundo agradecimento por uma noite muito feliz que eu vivi e que ficará na minha lembrança. Beijão da Thelma.

3 de abril de 2010

O Jornal "A Ordem", do dia 27/02/2010, de São José do Calçado, que meu amigo Edson Lobo Teixeira me enviou, traz em seu bojo e em sua última página uma foto do acadêmico e vereador Warley Lobo Teixeira, uma homenagem dos familiares, amigos, do povo calçadense e de todos os companheiros da administração municipal e diz o seguinte:
 "Há pessoas como meteoro: passam rápido pela nossa vida e deixam um deslumbrante raio de luz. Assim foi Warley Lobo Teixeira no breve espaço do tempo terrestre, com sua simpatia, liderança, dinamismo e amor a Calçado, deixou entre as nossas montanhas e flores, um rutilante rastro de luz, que jamais será esquecido pelos calçadenses."
Warley além de vereador em seu terceiro mandato, era membro da Academia Calçadense de Letras, onde ocupava a cadeira n.25, cujo patrono é o dr. Francisco Vieira de Rezende. Foi brutamente assassinado dia 21/02/2010.