6 de abril de 2010

ILHA...


ILHA...

            Aprendemos, ainda nas primeiras séries do Grupo Escolar, que “ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados”...
            Mas para mim, ilha tem um significado muito, muito maior do que didático, pois .nasci numa delas.
            Muito linda, cheia de praias, hoje é considerada uma das cidades brasileiras com ótima qualidade de vida: Florianópolis, capital de Santa Catarina. A ponte “Hercílio Luz” é um cartão postal conhecido em todo o país.
            Como o Guga, nosso premiado tenista, sou “uma manezinha da ilha”...
            Com dois anos apenas, nos transferimos para outra ilha, resultado da transferência funcional de meu avô materno.
            Esta ilha, abençoada do alto de um morro pela Virgem Mãe de Deus, é Vitória, capital do Espírito Santo..
            Nela me criei, estudei, fiz primeira comunhão, namorei, casei, tive meus dois filhos. Fiz minha vida profissional, como funcionária pública estadual. Adotei esta ilha “que é uma delícia” (como dizia Carmélia  Maria  Souza)  como minha, de todo o coração. Tenho por ela um amor muito grande. Embora não esqueça as minhas raízes.
            Mas o fato de que esta  ilha é cercada por todos os lados pelo mar, me fez ser apaixonada por ele também. E este amor “marítimo” tem uma explicação.
            Meu pai era pescador.
Quando cheguei àquela idade em que as crianças começam a perguntar  “de onde eu vim?”, meu pai costumava contar que numa noite, saiu com sua tarrafa para pegar um peixe para o jantar. Era uma noite fria e ele lançou sua tarrafa umas três vezes  sem sucesso. Na quarta.tentativa sentiu a tarrafa pesada. Ficou todo alegre, achando que finalmente o jantar da família estava garantido.
            Porém, quando puxou a tarrafa, viu que nela tinha vindo, não um peixe, mas uma menininha, toda roxinha de frio... Pegou-a e a levou para casa...
            Eu adorava saber que tinha “nascido” do mar. Quando anos mais tarde, me contaram a história de como os bebês nascem, de uma sementinha, etc. etc. tive a maior desilusão...
            A história que  meu pai contava era bem mais bonita...
            Vitória, conhecida como cidade-presépio, é realmente muito querida ao meu coração. Já dela me ausentei várias vezes. Mas como dizem os indianos, eu vou e volto... Sempre que aqui chego me sinto realmente voltando ao meu lugar. Ao meu cantinho, neste vasto mundão de meu Deus.

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