29 de março de 2010

SOGRAS E CHEFES...

Acho que não existem, no folclore (?) nacional, duas palavrinhas tão mal afamadas como estas. Mas, é um exagero. Existem sogras que são verdadeiras amigas e também chefes justos, compreensivos, que sabem tirar dos seus subordinados o que eles têm de melhor, absolutamente sem “dor”....
Eu, por exemplo, se falasse mal da minha sogra, estaria cometendo uma grande injustiça. Nada, nada mesmo a reclamar.
Chefes... Tive vários, nos meus 31 anos de vida profissional. E nesse universo, por sorte, posso dizer, sem medo de errar, que a maioria foi de ótimos. Tanto que nem lembro dos que não foram tão bons assim...
Competentes, amigos, justos, com os quais foi um prazer trabalhar.
Não querendo ser injusta com ninguém, gostaria de destacar, entre os bons Secretários de Estado com os quais trabalhei, José Celso Cláudio, Celso da Silva Loureiro e Zélio Guimarães.
Chefes de setores, departamentos, posso citar .Liney..Lucas, Marta Regina, Therezinha Brunow e em especial, Marly Pereira Neves.
Conhecemos-nos quando fui trabalhar no Núcleo Regional de Educação de Vitória. Ela, recém chegada de Colatina, era o braço direito de Therezinha Brunow, chefe daquele órgão. Entre nós estabeleceu-se logo uma empatia.
Excelente profissional, competente, exigente mas sempre agindo com justiça e critério para com os que com ela trabalhavam. De colega de trabalho, tornamo-nos amigas e passei a freqüentar sua casa, podendo acompanhar de perto sua vida familiar. Dedicada esposa, mãe sempre atenta à educação dos filhos, à organização de seu lar.
Quando deixei a SEDU para assumir um cargo comissionado na SESP, já não mais trabalhando juntas, nunca nos afastamos, continuamos amigas. Acompanhei o crescimento de seus filhos, hoje destacados membros da magistratura espírito-santense.
Marly é uma pessoa possuidora de um caráter reto, íntegro. Sempre ocupou cargos de destaque na SEDU, sem nunca mudar sua forma de ser, tratando a todos com a mesma urbanidade e justiça.
Em sua casa, fui sempre recebida com o maior carinho.
Tendo transferido sua residência para Guarapari, já não podemos nos ver com tanta assiduidade, mas nos falamos por telefone, no mínimo.
Sempre me incentivou, acreditou em mim, participou de minhas conquistas com tanta alegria como se dela fossem. Com ela aprendi muito, não só na área profissional mas, principalmente, assimilando de seu exemplo novos valores, novos conceitos imediatamente incorporados a minha vida.
Marly não aplicava em nenhuma ocasião o famoso “jeitinho brasileiro”. Se o funcionário tinha amparo legal em sua pretensão, o despacho era favorável. Caso contrário... Seu parecer era sempre embasado no que dizia a lei.
Seguindo a sua “escola”, em minha vida profissional nunca me afastei do caminho reto para beneficiar a este ou aquele, fossem eles amigos, políticos, se o texto legal não os favorecesse.
Tenho muita saudade de nosso convívio mais freqüente, seu ombro amigo sempre disposto a me receber.
Na caminhada da vida, convivemos com colegas de escola, companheiros de trabalho. E fazemos alguns amigos. Estes serão sempre pessoas muito especiais, para merecerem tal denominação.
Milton Nascimento diz em uma de suas canções que “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”. É onde Marly sempre vai estar, enquanto eu viver.
Thelma Maria Azevedo.

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