26 de março de 2010

SÃO JOSÉ DO CALÇADO

Minha história de amor com este município espírito-santense começou há muitos anos atrás.
Funcionária da SEDU, trabalhava em um departamento que coletava dados estatísticos das escolas da redes estaduais e municipais, públicas e particulares. Dividiu-se o Espírito Santo entre uma equipe que viajava em busca destes dados, quando os mesmos não nos chegavam em tempo de serem trabalhados para constarem dos boletins que o DAD publicava, anualmente.
Os meus municípios eram: Apiacá, Bom Jesus do Norte, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Alegre, Guaçui, Jerônimo Monteiro, Muqui, Mimoso do Sul e São José do Calçado.
Dez ao todo.
Tínhamos, em cada um deles, uma coordenadora responsável pela distribuição e recolhimento dos formulários a serem preenchidos pelas escolas, onde ficavam registrados os dados sobre as crianças matriculadas, por série, idade e sexo.
Nosso projeto era carinhosamente apelidado por nós de “conta menino”.
É bom que se diga que a construção, ampliação, reforma de escolas, campanhas de estímulo para que todas as crianças freqüentassem as escolas, muito dependia do conhecimento que se adquiria da real situação do que ocorria na área educacional de cada município.
Ficávamos alguns dias percorrendo, com a coordenadora, as escolas (principalmente as singulares) situadas nas fazendas, onde as crianças das quatro séries estudavam na mesma sala de aula, com a missão de resgatar os formulários que ainda não nos tinham sido entregues. Os grupos escolares, localizados nas sedes dos municípios, eram mais fáceis de serem contatados.
Era um trabalho gostoso, ficava-se conhecendo muitas pessoas, suas histórias de vida, algumas de nos deixarem comovidas.
Em uma de minhas crônicas, intitulada “Dedicação do mestre”, publicada em ”Uma poesia, algumas crônicas e tanta coisa que sempre escondi...”, faço uma justa homenagem à professora Lair, que conheci através de Maria Amélia, a coordenadora do projeto em Muqui.
Era um tempo feliz. Lembro-me de chegar à pensão em São José do Calçado: a porta sempre aberta, quem chegava ia entrando... não se vivia apavorado, como hoje, com medo de tudo e de todos.
Mas, o que quero contar é que devido a este trabalho dos meus dez municípios, São José do Calçado era dos mais queridos.
Lembro-me da igrejinha, singela, a que se chegava depois de galgar alguns degraus...
Do prefeito da época, gentil e atencioso, nos recebendo e colocando-se à disposição para aquilo que precisássemos.
Da SEDU fui para a SESP, envolvida em outras tarefas administrativas. Mas sempre acompanhei, de longe, as notícias dos “meus” municípios.
Aposentada, estive sempre ligada à literatura e à poesia em especial. Embora não saiba escrever versos, é uma área que adoro. Criei um site, www.poetas.capixabas.nom.br onde divulgo o talento dos nossos poetas e poetisas. Já tenho cadastrados quase 2 mil e 100 poetas e poetisas, e mais de 8 mil poesias digitadas.
Com orgulho posso dizer que o meu site é o único no Brasil dedicado a um só Estado da Federação.
Saber que São José do Calçado tem sua própria ACADEMIA DE LETRAS, que faz parte do Guiness Book brasileiro como o município que tem mais escritores por metro quadrado, encheu meu coração de alegria e orgulho. É como se eu fosse uma cidadã calçadense e uma parte deste feito me pertencesse também.
Em recente mudança feita no site, foi criado um link para “Notícias”. A que coloquei, estreando-o, foi sobre os lançamentos de livros de escritores de São José do Calçado.
Foi uma alegria começar tão bem esta nova página em meu site.
Parabéns, calçadenses!

2 comentários:

Edson disse...

THELMA, VOCÊ, COMO SEMPRE, É UMA CASCATA DE TERNURA. SEUS TEXTOS TÊM MUSICALIDADE E EMOÇÃO, POIS ASSIM É VOCÊ.
PARABÉNS!!!
EDSON LOBO (SEU FIEL AMIGO E ADMIRADOR!)

Thelma Maria Azevedo disse...

Edson, muito obrigada pelo seu comentário. Você é um amigo muito querido.