29 de março de 2010

QUANDO EU ME FOR...

Quando eu me for
Filho meu, filha minha
Lembrem-se de mim
(de vez em quando...),
Quando olharem pro céu
E virem aquela lua cheia, bonita
Onde eu sempre vi São Jorge e o Dragão...
Em espírito, estarei olhando também...
Quando for verão
E o sol surgir em toda a sua plenitude
Aquecendo os corpos
Dourando os campos
Lembrem-se de como eu amava o verão...
Se a saudade for muito grande
Abram aquela gaveta onde
Guardaram suas recordações
Das nossas histórias de vida...
Façam uma faxina...
Retirem dela as pequenas mágoas
Que eu possa ter lhes causado.
As palavras
Que eu não deveria ter dito nunca
E das quais me arrependi.
Os mal-entendidos...
Os ressentimentos
(se ficaram alguns)
Verão que foram insignificantes...
Olhem a gaveta depois disto.
Vejam como ainda ficou cheia
Agora, com outro tipo de conteúdo!
Só coisas boas, vividas ao longo
De tantos anos
De uma convivência amiga.
(repare bem)
O que vocês retiraram
Foi tão pouco
Que não fez diferença alguma...
O que permaneceu na gaveta foi o que
Realmente teve importância
Termos vividos juntos,..
Os bons momentos,
As risadas,
As alegrias compartilhadas,
O ombro amigo
Sempre pronto a consolar...,
O amor que ficou, acima de tudo...
Não chorem minha ausência.,,
Abram a gaveta quando sentirem saudade
E sempre lá irão encontrar uma
Experiência vivida e partilhada...
Que verdadeiramente
Fez a diferença
Em nossas vidas.
Depois disto tudo,
Com a alma apaziguada,
Rezem por mim.

Vitória, fevereiro/2008
Thelma Maria Azevedo

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