13 de maio de 2010

ECONOMIA

Não entendo nada de economia. Ou melhor dizendo, da macro-economia, desta em que os profissionais  da área  falam economês, linguagem que dificulta ainda mais o entendimento dos leigos. Taxa isto, taxa aquilo, taxa selic, dow jones...juros, correção monetária, bolsas que sobem, bolsas que descem, etc. etc.
Entendo, isto sim (e muito bem) da micro-economia, dquela que toda dona de casa tem que aplicar ao seu orçamento mensal. De como é preciso cortar aqui, cortar ali para fazer com que as despesas no mínimo empatem com o salário. E com os preços subindo (embora os governantes apregoem o contrário) semana após semana, haja jogo de cintura para que se consiga trazer para casa aos sábados, da feira-livre, verduras, frutas e legumes. Escolhendo sempre  aquelas da estação.
Quando se consegue pagar as contas e não nos sobra nada, pelo menos nos alivia saber que não assumimos dívidas.
Ah, e os remédios?  Estes que são indispensáveis, que temos que tomar pelo resto de nossas vidas e que não nos é possível cortá-los?
Ah, aquele sapato que a gente estava precisando comprar? Quem sabe, mês que vem vai ser possível? Ou mais adiante? O sapato fica para "sine die"...
Nesta economia, a gente dá show.
E como disse no início deste texto, o alívio é grande quando não ficamos devendo nada.
Esta é a economia com a qual nos defrontamos no dia a dia.
Em nossas casas.
Mas e a outra, a macro-economia, aquela com a qual o Brasil convive?
O que realmente não entendo é como um país que se diz cheio de dívidas (o montante total tem tantos zeros que nem dá para ler...) que não tem como melhorar o mísero provento do aposentado, e aí falo não só dos celetistas, isto é, dos que recebem do INSS, mas também dos outros, infelizes aposentados funcionários públicos estaduais, pode perdoar a quem lhe deve, pode emprestar para países que estão em crise, etc.
É um economês que foge realmente do alcance da minha pobre inteligência.
Existe um ditado que minha avó repetia: "Mateus, primeiro os teus". Entenda-se: você tem que suprir primeiro as necessidades da sua "casa", daqueles que dependem de você. Apenas quando tudo ali estiver dentro de uma total normalidade caso lhe sobre algum dindim é que você vai poder acudir a um vizinho em dificuldades.
Aquelas pessoas atingidas pelos desabamentos no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, entre outros, ainda esperam a ajuda prometida pelos governantes. E como então podemos nos dispor a ajudar um país lá do outro lado do mundo?
No nosso país, a saúde está um caos, todos os dias assistimos ao desespero de quem leva meses atrás de uma vaga num hospital, de quem muitas vezes morre na porta deles. Mulheres correndo daqui para acolá para ter um filho... às vezes a criança morre, por não ter a mãe sido atendida no devido tempo.
A educação é uma vergonha (o aluno sai do ensino fundamental mal sabendo ler e escrever) Pensam que é exagero? Peçam para que qualquer um deles escreva um bilhete, verão o resultado.
Recentemente, me enviaram uma resposta dada por um aluno do ENEM (Exame Nacional de Ensino Médio) para a seguinte pergunta: O que são apóstrofos? E a resposta do aluno: "eram aqueles amigos de Jesus que organizaram aquela jantinha para ele e que Miguelangelo fotografou"...
A segurança NÃO EXISTE: nem dá para comentar. São assaltos diários aos comerciantes, cidadãos, bancos, casas lotéricas, consultórios médicos, casas, condomínios, isto sem falar nos assaltos ao erário público pelos que o deviam proteger, empregar com absoluta honestidade. Jogados na nossa cara todos os dias pela imprensa. Se mata por qualquer motivo, ou melhor sem nenhum motivo, mesmo não se oferecendo resistência a quem lhes rouba os bens. A vida humana não tem o menor valor.
Nem nas escolas existe segurança, é criança indo "estudar" armada, agredindo colegas e professores.
Não temos boas estradas, não se aproveitam as vias fluviais, não se constroem ferrovias, não se busca um transporte mais barato. Gente sem ter onde morar, vivendo em áreas de risco ou até mesmo na rua, é tanta coisa esperando verbas para amenizar, já não digo resolver o que o povo sofre no dia a dia.
Tudo no Brasil viaja em cima de caminhões: movido a óleo diesel, gasolina. O que encarece o frete e consequentemente o produto.
Com todos  estes problemas  num país enorme, de dimensões continentais, como, REPITO, COMO  temos condições de PERDOAR DÍVIDAS, de emprestar para países vizinhos e outros não tão vizinhos assim? E não me venham dizer que é falta de piedade.
Somos o país que paga os impostos mais caros do mundo. Para onde vai tanto dinheiro?
Perguntas que vivem na cabeça da gente e para as quais não aparecem respostas. Minto, As respostas aparecem, nos anos de eleições, nos discursos dos candidatos. Mas, passadas as eleições, ganhe este ou aquele, volta tudo "ao que era dantes no quartel de Abrantes"... É como se uma névoa de esquecimento caísse sobre as mentes de todos os eleitos. E vamos em frente.
Até quando?

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